
Primeiro visitámos a capela da Instituição, um templo muito simples mas muito convidativo à reflexão. Ali tivemos uma breve explicação de como funciona esta obra cristã, dada pelo padre Manuel António, que se dedica aos Gaiatos há 46 anos, não deixando de referir a falta de padres que queiram abraçar esta Obra com uma doação total, seguindo o exemplo do «Pai Américo», (o seu fundador, sepultado dentro da capelinha), nas muitas Casas do Gaiato em Portugal ou em África, para onde regressaria o Padre Manuel naquela semana. Disse ainda que quando vem de Benguela (África), onde chefia os Gaiatos, vem com os olhos «cheios de crianças», mas quando chega a Portugal «eles ficam vazios», pois lá as Casas estão muito mais cheias de crianças e jovens desprotegidos do que as Casas nacionais. O que move esta Instituição são duas das práticas que Cristo quer que predominem nos corações dos Homens - o Amor ao próximo e a Caridade.

Seguimos para a casa onde estavam os mais pequeninos, cuidados por jovem senhora, que há dezassete anos se doou totalmente a esta obra. Estavam numa casa provisória, pois a «Casa-Mãe», mesmo ao lado da capela está em obras. A «Casa-Mãe» consiste na casa principal da Obra.

Há ainda um anfiteatro para festas e peças de teatro. Foi ali que partilhámos o almoço que levámos de casa. O que nos sobrou, deixámos para eles.
De tarde, visitámos o mosteiro de Paço de Sousa, mesmo ao lado da Casa do Gaiato, onde regressámos para uma partidinha de futebol com o nosso catequista Júlio e alguns dos nossos colegas. Terminámos a visita com a ida à carpintaria, de onde saiu o notável tecto da capela e a escadaria da «Casa-Mãe». Aí os rapazes que se interessarem podem aprender essa arte com o carpinteiro da Casa. Finalmente fomos à sala dos computadores onde os rapazes exploram o mundo da informática.
Depois fomo-nos divertir para o parque com alguns miúdos muito reguilas de lá.
Foi espectacular este dia lá passado. A experiência de estar com meninos e rapazes, que não souberam o que é o amor de pai e mãe foi bastante significativo para nós. Vimos como estavam felizes ali, mas, lá no fundo dos seus olhos havia um certo vazio também…

Foi óptimo e trouxemos de lá muito em que pensar: há que amar os nossos pais e respeitá-los, pois há muitos jovens que nunca o puderam fazer. Também trouxemos o exemplo de um amor total ao próximo, por parte do Padre Américo e dos seus sucessores, seguindo o principal mandamento: «Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei». Graças à generosidade de milhares de pessoas e do Banco Alimentar contra a Fome, a Casa do Gaiato tem-se mantido e até chega a ajudar os pobres da paróquia!
Brevemente voltaremos lá para passarmos um fim-de-semana com eles. Queremos levar-lhes algo daqui, de Leça – para isso contamos com a generosidade de todos os Leceiros.
Um bem-haja Padre Américo! Todos devemos estar reconhecidos por essa alma onde não habitou mais ninguém, senão Deus.
O Grupo da catequese do 9º e 10º ano - Catequistas Júlio Correia e Deolinda Correia
Texto redigido por Gustavo Borges in "A Voz de Leça" Ano LVI - Número 5 - Julho de 2009
Texto redigido por Gustavo Borges in "A Voz de Leça" Ano LVI - Número 5 - Julho de 2009