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A Equipa Redactorial

sexta-feira, 31 de julho de 2009

PROCISSÃO DO CORPO DE DEUS EM LEÇA DA PALMEIRA


















No dia 11 de Junho, de calor intenso, a Procissão do Corpo de Deus percorreu Leça da Palmeira, da Igreja matriz até ao Largo do Castelo, onde decorreu a bênção do mar, trazendo Cristo aos nossos caminhos de todos os dias. Nestes tempos em que diariamente somos confrontados com dificuldades de toda a ordem, só a presença de Cristo em todos os actos do nosso quotidiano, e não apenas como coisa de um momento, pode ajudar cada um a ser mais irmão, mais amigo, mais solidário.
Além dos Acólitos, Pagens, Confrarias e figurantes, a Procissão do Corpo de Deus integrou igualmente as crianças que, este ano, realizaram a sua Profissão de Fé e foi seguida e/ou aprecia da com muita dignidade e respeito por gentes da terra, mas também por muitos forasteiros, como é já habitual com as Procissões de Leça.
Merece destaque mais uma vez, os tapetes de flores na Av. dos Combatentes da Grande Guerra, na Rua do Moinho de Vento e na Rua Oliveira Lessa, uma tradição portuguesa do norte do país todos os anos presente no percurso desta Procissão, obra de alguns moradores, que assim quiseram também contribuir para a solenidade.

Marina Sequeira in "A Voz de Leça" Ano LVI - Número 5 - Julho de 2009

CASCATAS em LEÇA
















Há cerca de dois anos, dei com uma cascata, (bem bonita, diga-se), naquilo a que chamei ‘sítio mais improvável’, por ser a montra de um cabeleireiro. Porque as cascatas são uma tradição nossa que caiu em desuso, hoje, encontrar uma que não tem a ver com o concurso que o RTA costuma promover, é ainda mais agradável. Pois lá esteve de novo a cascata, na tal montra, mas desta vez ainda mais completa, com a procissão comportando os andores dos três santos populares, e este ano, até teve pálio a cobrir o ‘Sr. Prior’. E o espaço da montra ficou pequeno para as três capelas com o respectivo padroeiro, a procissão mais completa, com a banda de música a acompanhar e outra a tocar no coreto, o fogueteiro e toda a multiplicidade de figurantes da cascata em si.
Desta vez, descobri outra, na mesma rua, na montra de um pequeno café-bar, diria eu, outro ’sítio improvável’, mas que até teve, pela cascata, direito a visita de canal de televisão regional, (como me informou a dona, apareceu no Porto Canal).
Parabéns às duas proprietárias pela iniciativa.

Marina Sequeira in "A Voz de Leça" Ano LVI - Número 5 - Julho de 2009

9º e 10º anos da Catequese visitam a Casa do Gaiato

No passado dia 6 de Junho, fomos a Paço de Sousa, à Casa do Gaiato. Mesmo atrás do Mosteiro de Paço de Sousa, lá se encontra a “Aldeia dos Gaiatos”
Primeiro visitámos a capela da Instituição, um templo muito simples mas muito convidativo à reflexão. Ali tivemos uma breve explicação de como funciona esta obra cristã, dada pelo padre Manuel António, que se dedica aos Gaiatos há 46 anos, não deixando de referir a falta de padres que queiram abraçar esta Obra com uma doação total, seguindo o exemplo do «Pai Américo», (o seu fundador, sepultado dentro da capelinha), nas muitas Casas do Gaiato em Portugal ou em África, para onde regressaria o Padre Manuel naquela semana. Disse ainda que quando vem de Benguela (África), onde chefia os Gaiatos, vem com os olhos «cheios de crianças», mas quando chega a Portugal «eles ficam vazios», pois lá as Casas estão muito mais cheias de crianças e jovens desprotegidos do que as Casas nacionais. O que move esta Instituição são duas das práticas que Cristo quer que predominem nos corações dos Homens - o Amor ao próximo e a Caridade.
O nosso «guia» foi o Abílio, um dos gaiatos, que nos levou até ao refeitório onde dois gaiatos se encontravam ocupados com os afazeres da cozinha. Lá pudemos ver um quadro muito bonito do «Pai Américo», que ali está como que a «presidir» a tudo. Junto ao refeitório encontra-se a antiga escola dos gaiatos. Seguimos para as oficinas onde se encontrava uma banda a tocar música, e reparamos na quantidade de órgãos que tinham, num piano muito antigo, mas valiosíssimo, na guitarra, no trompete, no grande bombo e nos batuques. Também a música faz parte da vida da Casa. Visitámos depois os quartos e a sala de convívio, a lavandaria e a piscina, já preparada para o Verão. Foi ali que reparámos no vale onde aquela pequena «aldeia» se encontra - um «mundo» de campos agrícolas pertencentes à Instituição.
Seguimos para a casa onde estavam os mais pequeninos, cuidados por jovem senhora, que há dezassete anos se doou totalmente a esta obra. Estavam numa casa provisória, pois a «Casa-Mãe», mesmo ao lado da capela está em obras. A «Casa-Mãe» consiste na casa principal da Obra. Antes do almoço ainda fomos ver a vacaria onde é produzido o leite para consumo da Casa. Vimos ainda a estufa onde são produzidos muitos dos vegetais ali consumidos.
Há ainda um anfiteatro para festas e peças de teatro. Foi ali que partilhámos o almoço que levámos de casa. O que nos sobrou, deixámos para eles.
De tarde, visitámos o mosteiro de Paço de Sousa, mesmo ao lado da Casa do Gaiato, onde regressámos para uma partidinha de futebol com o nosso catequista Júlio e alguns dos nossos colegas. Terminámos a visita com a ida à carpintaria, de onde saiu o notável tecto da capela e a escadaria da «Casa-Mãe». Aí os rapazes que se interessarem podem aprender essa arte com o carpinteiro da Casa. Finalmente fomos à sala dos computadores onde os rapazes exploram o mundo da informática.
Depois fomo-nos divertir para o parque com alguns miúdos muito reguilas de lá.
Foi espectacular este dia lá passado. A experiência de estar com meninos e rapazes, que não souberam o que é o amor de pai e mãe foi bastante significativo para nós. Vimos como estavam felizes ali, mas, lá no fundo dos seus olhos havia um certo vazio também…
A Casa do Gaiato é a mãe e o pai destes jovens: O pai personificado no sacerdote, e a mãe personificada nas senhoras que se doam totalmente para ajudar a criar os gaiatos. Os rapazes só saem de lá quando estiverem preparados para a vida, e se tiverem vocação para os estudos, a Casa dá-lhes a oportunidade de seguirem a vida universitária.
Foi óptimo e trouxemos de lá muito em que pensar: há que amar os nossos pais e respeitá-los, pois há muitos jovens que nunca o puderam fazer. Também trouxemos o exemplo de um amor total ao próximo, por parte do Padre Américo e dos seus sucessores, seguindo o principal mandamento: «Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei». Graças à generosidade de milhares de pessoas e do Banco Alimentar contra a Fome, a Casa do Gaiato tem-se mantido e até chega a ajudar os pobres da paróquia!
Brevemente voltaremos lá para passarmos um fim-de-semana com eles. Queremos levar-lhes algo daqui, de Leça – para isso contamos com a generosidade de todos os Leceiros.
Um bem-haja Padre Américo! Todos devemos estar reconhecidos por essa alma onde não habitou mais ninguém, senão Deus.
O Grupo da catequese do 9º e 10º ano - Catequistas Júlio Correia e Deolinda Correia
Texto redigido por Gustavo Borges in "A Voz de Leça" Ano LVI - Número 5 - Julho de 2009