No último domingo de Outubro, dia 26, dois acontecimentos tiveram lugar, em simultâneo, na nossa igreja matriz: a Celebração do Crisma e o XXXI Encontro de Coros da Vigararia. A celebração eucarística, que teve início às 16 horas, foi presidida pelo Senhor Bispo Auxiliar do Porto, D. João de Miranda, e animada por um ‘monumental’ coro de coros, numa coincidência oportuna e feliz.
Receberam o sacramento do Crisma cerca de 120 jovens e adultos provenientes não só de Leça da Palmeira, mas também das Paróquias de Perafita, Senhora da Hora, Matosinhos e S. Mamede de Infesta, tendo os respectivos Párocos concelebrado com o Senhor Bispo.
O coro, com mais de cento e quarenta coralistas provenientes de coros paroquiais da Vigararia, ficou colocado ao longo da nave lateral esquerda da igreja e foi dirigido pelo Professor Emanuel Pacheco. Cantou esplendorosamente bem, acrescentando solenidade à cerimónia, já que todos os cânticos foram adequados à liturgia Crismal, podendo dizer-se que dadas as ímpares condições de acústica da igreja de Leça, se o tivesse feito a partir do coro-alto, talvez o canto, que também “é louvor a Deus”, tivesse resultado ainda mais majestoso.
Mas toda a celebração esteve centrada na administração do Crisma ao grupo de crismandos, na sua maioria jovens rapazes e raparigas que concluíram dez anos de Catequese este ano e em anos anteriores.
E foi em especial para os jovens que D. João de Miranda falou na homilia que proferiu, lembrando João Paulo II no seu optimismo constante em relação à juventude e exortando todos a ser apóstolos, sobretudo através do exemplo de vida que cada um seja capaz de dar. Terminou saudando o coro de coros pelo seu Encontro anual.
Toda a cerimónia decorreu com muita ordem e compostura por parte de todos, sendo de realçar o contacto de proximidade de D. João de Miranda para com todos os crismandos e não só, a quem cumprimentou individualmente, ainda dentro da igreja no fim da celebração, tendo-se esse contacto prolongado ao adro da igreja, onde se aglomeraram os crismados, suas famílias e outros presentes, que tiveram oportunidade de ‘conviver’ brevemente com o Senhor Bispo.
Aquela tarde de Outubro foi, certamente, uma ocasião inesquecível para todos, especialmente para os crismados, neste momento tão especial de manifestação da sua fé.
Receberam o sacramento do Crisma cerca de 120 jovens e adultos provenientes não só de Leça da Palmeira, mas também das Paróquias de Perafita, Senhora da Hora, Matosinhos e S. Mamede de Infesta, tendo os respectivos Párocos concelebrado com o Senhor Bispo.
O coro, com mais de cento e quarenta coralistas provenientes de coros paroquiais da Vigararia, ficou colocado ao longo da nave lateral esquerda da igreja e foi dirigido pelo Professor Emanuel Pacheco. Cantou esplendorosamente bem, acrescentando solenidade à cerimónia, já que todos os cânticos foram adequados à liturgia Crismal, podendo dizer-se que dadas as ímpares condições de acústica da igreja de Leça, se o tivesse feito a partir do coro-alto, talvez o canto, que também “é louvor a Deus”, tivesse resultado ainda mais majestoso.
Mas toda a celebração esteve centrada na administração do Crisma ao grupo de crismandos, na sua maioria jovens rapazes e raparigas que concluíram dez anos de Catequese este ano e em anos anteriores.
E foi em especial para os jovens que D. João de Miranda falou na homilia que proferiu, lembrando João Paulo II no seu optimismo constante em relação à juventude e exortando todos a ser apóstolos, sobretudo através do exemplo de vida que cada um seja capaz de dar. Terminou saudando o coro de coros pelo seu Encontro anual.
Toda a cerimónia decorreu com muita ordem e compostura por parte de todos, sendo de realçar o contacto de proximidade de D. João de Miranda para com todos os crismandos e não só, a quem cumprimentou individualmente, ainda dentro da igreja no fim da celebração, tendo-se esse contacto prolongado ao adro da igreja, onde se aglomeraram os crismados, suas famílias e outros presentes, que tiveram oportunidade de ‘conviver’ brevemente com o Senhor Bispo.
Aquela tarde de Outubro foi, certamente, uma ocasião inesquecível para todos, especialmente para os crismados, neste momento tão especial de manifestação da sua fé.
HOMILIA DO SR: BISPO D. JOÃO DE MIRANDA NA CELEBRAÇÃO DO CRISMA
Derramarei o meu Espírito sobre todo o ser vivo: os vossos filhos e as vossas e as vossas filhas profetizarão, os vossos anciãos terão sonhos e os vossos jovens terão visões…
Temos diante de nós um bom grupo de jovens que o cuidado pastoral dos Párocos e catequistas preparam para o sacramento do Crisma.
Como escreveu João Paulo II, não há razões para criar uma visão pessimista sobre a gente nova… Se Cristo lhes for apresentado com o seu verdadeiro rosto, os jovens reconhecem-no… Por isso lhes digo: Fazei-vos sentinelas da manhã nesta aurora do novo milénio (NMI, 9)
O crisma é um sacramento do Espírito Santo. Quer dizer que comunica o Espírito Santo e os seus sete dons, para proveito espiritual de quem o recebe. O Espírito santo, Terceira Pessoa da SS. Trindade, é Espírito prometido, espírito enviado, espírito recebido…
Espírito significa sopro, vento, alma… É fogo vindo do céu para aquecer, purificar, desenferrujar almas e corações empedernidos.
O Espírito vence a espessura da noite e uma língua de fogo inumerável purifica, renova, acende o mistério criado (Hino de Domingo, Hora intermédia).
O Espírito santo é espírito prometido. Prometido já pelos profetas do Antigo Testamento.Por exemplo, pelo profeta Joel que hoje lemos. Ele diz: Nos últimos tempos, derramarei o meu espírito sobre todo o ser vivo: vossos anciãos terão sonhos e os vossos jovens terão visões (Joel 3,1). E Ezequiel: Dar-vos-ei um coração novo… Arrancarei do vosso peito o coração de pedra a dar-vos-ei um coração de carne. Infundirei em vós o meu espírito… (Ezequiel 36, 24).
É espírito prometido pelo próprio Cristo. Por isso, Jesus tinha dito: Quando Eu for para o Pai, enviar-vos-ei o Paráclito, o Espírito da verdade, que vos enviarei de junto do Pai (João 15,26; 16,7)
Foi prometido para renovar a criatura humana e, por ele, toda a criação… É espírito de verdade, de consolação e também de impulso forte para a nova evangelização, para a missão. Estamos a viver um Ano Paulino, durante o qual somos convidados a “aprender a missão com S. Paulo”.
Vejamos então.
A verdade maior de todas as religiões é a Fé em Deus.
A verdade maior do Cristianismo é a Fé em Jesus, Filho de Deus encarnado, que morreu e ressuscitou dos mortos ao terceiro dia.
A Ressurreição de Jesus não convenceu de vez os seus próprios apóstolos. As aparições do Ressuscitado confirmaram a fé abalada dos discípulos mas não os levou a saírem à rua.
O Espírito foi enviado. Cinquenta dias depois da Páscoa, o Espírito Santo desceu do céu sobre os Apóstolos e Maria reunidos no Cenáculo de Jerusalém. E logo saíram para fora e davam testemunho das maravilhas de Deus.
A que se deveu esta mudança de atitude dos Apóstolos?
À presença do espírito Santo. Daí em diante, a Igreja cresceu, tomou atitudes mesmo perante as autoridades de então, sofreu perseguições e surgiram os mártires da fé. Primeiro Estevão, depois os apóstolos, a seguir muitos outros, que deram o seu sangue por manterem viva a fé na ressurreição.
Então isto que significa?
Significa que é fundamental para a Igreja e para cada um dos cristãos o Pentecostes, a acção do Espírito de Deus nos baptizados e nas comunidades. Não é, portanto, diletantismo ou mania, não é porque se chegou ao fim da catequese que os párocos de Matosinhos promovem a celebração do Crisma.
É, sim, porque o ESPÍRITO é a ALMA da Igreja. Sem Ele, a Igreja torna-se uma estrutura sem vida. Pode ser que faça muitas coisas, muitas construções e obras materiais, muitas celebrações e festas. Se não entregar nas mãos do Espírito, é um corpo sem alma, sem chama, sem sentido de missão. Bem avisou João Paulo II: devemos reviver em nós o sentido ardente de Paulo que o levou a exclamar: Ai de mim, se não evangelizar!... É preciso um novo ímpeto apostólico… Cristo há-de ser proposto a todos com confiança: aos adultos, às famílias, aos jovens, às crianças, sem nunca esconder as exigências mais radicais da mensagem evangélica… (NMI, 40)
É Espírito recebido. Ele é a ALMA da Igreja. Foi da sua experiência e da inspiração divina que Paulo arrancou a teologia da Igreja como Corpo d Cristo: um Corpo estruturado, hierarquizado, no qual todos têm lugar, conforme os carismas e graças que o Espírito Santo distribui a cada um. O Corpo é um só e tem muitos membros, mas é o mesmo Deus e o mesmo Espírito que realiza tudo em todos.
Então nós fazemos parte dos operários da vinha que foram convidados pelo Senhor para a faina da sementeira e da colheita. Somos operários da construção, sempre em actividade e sempre por concluir, até que chegue o reino definitivo.
O Espírito Santo é o “Mestre interior” de cada cristão, é, como lhe chamou Jesus, o Advogado, o Paráclito, O Consolador, o animador da fé e de testemunho da fé de cada crente. Temos de dar tempo a Deus, à oração, à vida interior, à formação e instrução de fé, mesmo depois do Crisma. Se não, nada resulta e o nosso cristianismo torna-se ou uma prática de rotina ou uma religião quase pagã.
Do EVANGELHO: Amarás o Senhor, teu Deus…
Deus é amor: O Pai é amor, o Filho é graça, o Espírito Santo é comunhão. Oh Santíssima Trindade! Nada podemos fazer na vida de mais importante do que amar. Deus é amor. O amor dos esposos, dos pais e dos filhos, dos cristãos entre si são reflexos do amor de Deus. Amarás! É um mandamento, uma vocação e um desafio. Porque não se ama de qualquer maneira. Amar é dar-se sem esperar resposta, gratuitamente. Assim como Deus faz: ama sem medida, para que amemos. Mas se não amarmos, ele continua a amar. Indefinidamente. Deus não pode senão amar.
Meus caros jovens crismandos:
Escutemos então a voz do Mestre: Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração… É o primeiro e principal mandamento. Deus quer ter um lugar no nosso coração e na nossa vida. Mas, para isso, é necessário que o coração esteja vazio de todas as futilidades. Enchemo-lo com tanta coisa que não presta e depois sentimos no ar, na alma e na língua o gosto amargo da desilusão.
O Espírito Santo vai fazer com que fiqueis mais ligados a Cristo e ao seu Corpo místico que é a Igreja; vai fazer com que tenhais outra fortaleza interior para resistir às paixões, às tentações do mundo, do demónio e da carne; vai fazer com que ganheis coragem para serdes apóstolos que difundem a fé por palavras e com a vida.
Os vossos filhos e filhas profetizarão, os vossos anciãos terão sonhos e os vossos jovens terão visões (Joel).
Para sonhar e ter visões, é preciso antes de mais entender por dentro o sentido das palavras e dos sacramentos. Hoje a liturgia não é em latim como antigamente. Mas não adianta muito ser em português, se não se captar o significado profundo das palavras e dos gestos. Não basta receber os sacramentos. Muitos crismandos fizeram a renovação da Profissão de Fé e das Promessas do Baptismo, mas não se comprometeram. Disseram as palavras mas não as sentiram. Não abriram o coração e assim o Espírito foi-lhes dado mas ficou de fora da morada interior. O que é que lhes faltou? Foi renascerem, como S. Paulo, no caminho de Damasco: cair abaixo do cavalo da sua importância, do egoísmo e abrir-se a Deus.
Roguemos a S. Paulo que estes crismandos de hoje sintam a alegria da fé e o gosto de dar testemunho de Cristo, sobretudo junto dos outros jovens!
Resta-me dizer uma palavra de apreço e felicitação aos Coros que hoje aqui vieram animar solenemente esta celebração eucarística. O canto litúrgico é louvor a Deus e alegra a alma dos crentes. Bem hajam!
Temos diante de nós um bom grupo de jovens que o cuidado pastoral dos Párocos e catequistas preparam para o sacramento do Crisma.
Como escreveu João Paulo II, não há razões para criar uma visão pessimista sobre a gente nova… Se Cristo lhes for apresentado com o seu verdadeiro rosto, os jovens reconhecem-no… Por isso lhes digo: Fazei-vos sentinelas da manhã nesta aurora do novo milénio (NMI, 9)
O crisma é um sacramento do Espírito Santo. Quer dizer que comunica o Espírito Santo e os seus sete dons, para proveito espiritual de quem o recebe. O Espírito santo, Terceira Pessoa da SS. Trindade, é Espírito prometido, espírito enviado, espírito recebido…
Espírito significa sopro, vento, alma… É fogo vindo do céu para aquecer, purificar, desenferrujar almas e corações empedernidos.
O Espírito vence a espessura da noite e uma língua de fogo inumerável purifica, renova, acende o mistério criado (Hino de Domingo, Hora intermédia).
O Espírito santo é espírito prometido. Prometido já pelos profetas do Antigo Testamento.Por exemplo, pelo profeta Joel que hoje lemos. Ele diz: Nos últimos tempos, derramarei o meu espírito sobre todo o ser vivo: vossos anciãos terão sonhos e os vossos jovens terão visões (Joel 3,1). E Ezequiel: Dar-vos-ei um coração novo… Arrancarei do vosso peito o coração de pedra a dar-vos-ei um coração de carne. Infundirei em vós o meu espírito… (Ezequiel 36, 24).
É espírito prometido pelo próprio Cristo. Por isso, Jesus tinha dito: Quando Eu for para o Pai, enviar-vos-ei o Paráclito, o Espírito da verdade, que vos enviarei de junto do Pai (João 15,26; 16,7)
Foi prometido para renovar a criatura humana e, por ele, toda a criação… É espírito de verdade, de consolação e também de impulso forte para a nova evangelização, para a missão. Estamos a viver um Ano Paulino, durante o qual somos convidados a “aprender a missão com S. Paulo”.
Vejamos então.
A verdade maior de todas as religiões é a Fé em Deus.
A verdade maior do Cristianismo é a Fé em Jesus, Filho de Deus encarnado, que morreu e ressuscitou dos mortos ao terceiro dia.
A Ressurreição de Jesus não convenceu de vez os seus próprios apóstolos. As aparições do Ressuscitado confirmaram a fé abalada dos discípulos mas não os levou a saírem à rua.
O Espírito foi enviado. Cinquenta dias depois da Páscoa, o Espírito Santo desceu do céu sobre os Apóstolos e Maria reunidos no Cenáculo de Jerusalém. E logo saíram para fora e davam testemunho das maravilhas de Deus.
A que se deveu esta mudança de atitude dos Apóstolos?
À presença do espírito Santo. Daí em diante, a Igreja cresceu, tomou atitudes mesmo perante as autoridades de então, sofreu perseguições e surgiram os mártires da fé. Primeiro Estevão, depois os apóstolos, a seguir muitos outros, que deram o seu sangue por manterem viva a fé na ressurreição.
Então isto que significa?
Significa que é fundamental para a Igreja e para cada um dos cristãos o Pentecostes, a acção do Espírito de Deus nos baptizados e nas comunidades. Não é, portanto, diletantismo ou mania, não é porque se chegou ao fim da catequese que os párocos de Matosinhos promovem a celebração do Crisma.
É, sim, porque o ESPÍRITO é a ALMA da Igreja. Sem Ele, a Igreja torna-se uma estrutura sem vida. Pode ser que faça muitas coisas, muitas construções e obras materiais, muitas celebrações e festas. Se não entregar nas mãos do Espírito, é um corpo sem alma, sem chama, sem sentido de missão. Bem avisou João Paulo II: devemos reviver em nós o sentido ardente de Paulo que o levou a exclamar: Ai de mim, se não evangelizar!... É preciso um novo ímpeto apostólico… Cristo há-de ser proposto a todos com confiança: aos adultos, às famílias, aos jovens, às crianças, sem nunca esconder as exigências mais radicais da mensagem evangélica… (NMI, 40)
É Espírito recebido. Ele é a ALMA da Igreja. Foi da sua experiência e da inspiração divina que Paulo arrancou a teologia da Igreja como Corpo d Cristo: um Corpo estruturado, hierarquizado, no qual todos têm lugar, conforme os carismas e graças que o Espírito Santo distribui a cada um. O Corpo é um só e tem muitos membros, mas é o mesmo Deus e o mesmo Espírito que realiza tudo em todos.
Então nós fazemos parte dos operários da vinha que foram convidados pelo Senhor para a faina da sementeira e da colheita. Somos operários da construção, sempre em actividade e sempre por concluir, até que chegue o reino definitivo.
O Espírito Santo é o “Mestre interior” de cada cristão, é, como lhe chamou Jesus, o Advogado, o Paráclito, O Consolador, o animador da fé e de testemunho da fé de cada crente. Temos de dar tempo a Deus, à oração, à vida interior, à formação e instrução de fé, mesmo depois do Crisma. Se não, nada resulta e o nosso cristianismo torna-se ou uma prática de rotina ou uma religião quase pagã.
Do EVANGELHO: Amarás o Senhor, teu Deus…
Deus é amor: O Pai é amor, o Filho é graça, o Espírito Santo é comunhão. Oh Santíssima Trindade! Nada podemos fazer na vida de mais importante do que amar. Deus é amor. O amor dos esposos, dos pais e dos filhos, dos cristãos entre si são reflexos do amor de Deus. Amarás! É um mandamento, uma vocação e um desafio. Porque não se ama de qualquer maneira. Amar é dar-se sem esperar resposta, gratuitamente. Assim como Deus faz: ama sem medida, para que amemos. Mas se não amarmos, ele continua a amar. Indefinidamente. Deus não pode senão amar.
Meus caros jovens crismandos:
Escutemos então a voz do Mestre: Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração… É o primeiro e principal mandamento. Deus quer ter um lugar no nosso coração e na nossa vida. Mas, para isso, é necessário que o coração esteja vazio de todas as futilidades. Enchemo-lo com tanta coisa que não presta e depois sentimos no ar, na alma e na língua o gosto amargo da desilusão.
O Espírito Santo vai fazer com que fiqueis mais ligados a Cristo e ao seu Corpo místico que é a Igreja; vai fazer com que tenhais outra fortaleza interior para resistir às paixões, às tentações do mundo, do demónio e da carne; vai fazer com que ganheis coragem para serdes apóstolos que difundem a fé por palavras e com a vida.
Os vossos filhos e filhas profetizarão, os vossos anciãos terão sonhos e os vossos jovens terão visões (Joel).
Para sonhar e ter visões, é preciso antes de mais entender por dentro o sentido das palavras e dos sacramentos. Hoje a liturgia não é em latim como antigamente. Mas não adianta muito ser em português, se não se captar o significado profundo das palavras e dos gestos. Não basta receber os sacramentos. Muitos crismandos fizeram a renovação da Profissão de Fé e das Promessas do Baptismo, mas não se comprometeram. Disseram as palavras mas não as sentiram. Não abriram o coração e assim o Espírito foi-lhes dado mas ficou de fora da morada interior. O que é que lhes faltou? Foi renascerem, como S. Paulo, no caminho de Damasco: cair abaixo do cavalo da sua importância, do egoísmo e abrir-se a Deus.
Roguemos a S. Paulo que estes crismandos de hoje sintam a alegria da fé e o gosto de dar testemunho de Cristo, sobretudo junto dos outros jovens!
Resta-me dizer uma palavra de apreço e felicitação aos Coros que hoje aqui vieram animar solenemente esta celebração eucarística. O canto litúrgico é louvor a Deus e alegra a alma dos crentes. Bem hajam!
Marina Sequeira in "A Voz de Leça" Ano LV - Número 8 - Novembro de 2008